Opção por ser Triste


Tristeza, uma escolha.
Se abster do riso, para dar lugar a dor.
Contestar a coragem, e deixar o medo fazer morada
Temer o tempo, para não ter que esperar.
Matar a esperança, para não ter que se deparar com a ausência
Fugir da luta, da perseverança, por medo da mudança.
Render-se ao conhecido. Este já não surpreende.
Permanecer no mesmo lugar, sem sobressaltos ou assombros.
Não sonhar, e não precisar se mexer para realizar.
Deixar os sonhos no caminho, permitindo que a realidade te empurre no abismo.

Pague o preço do marasmo, sobrevivendo das migalhas alheias.
Seja desleal com suas vontades, com sua paixão.
Deixe a beleza rara de ser único para parecer como todos os outros.
E assim apareça como aquele que sofre, que é o incompreendido, a vítima.
Enquanto seu vizinho só pode te servir de consolo, você perde uma grande oportunidade.
De se conhecer a partir do outro, de se redescobrir e reinventar seu lugar.
Deixe que todos tenham pena de você. E você vai conseguir mascarar seu fracasso,
pois você escolheu ser triste.
Tristeza. Não está no que o mundo não te oferece, mas está no que você deixa de ofertar.
É sua opção, sua preferência… e sua ruína.


Texto: Luciane Trevisan Leal

10 comentários:

Saude pelas Plantas disse...

Ola, tem um Prêmio em meu blog para você! Passa lá e confere!

Felipe Brito disse...

A opção pela tristeza, penso eu, se relaciona com a incapacidade em se relacionar, com os outros que estão próximos e com um estilo de vida que se é obrigado a assumir.

Sendo assim, a opção pela felicidade perpassaria uma autonomia diante do mundo e uma aceitação de quem se é, ofetando-se, em seguida, àqueles que são como nós.

Lindo texto, grandes reflexões. Beijão!

Domiciliare disse...

Eu prefiro ficar triste por não ter conseguido, mas ter tentado, a ficar lamuriando por não ter pelo menos saído do lugar.
A vida nos dá alternativas, basta escolhe-las.

Abraços
Tânia (Mundosa)

Luciane disse...

Edilza

Agradeço sua indicação para o Prêmio Dardos.
Abraços,

Luciane

Luciane disse...

Obrigada por mais um comentário, Felipe.
Tristeza como a incapacidade de externalizar quem somos. Infelizmente, desde que o mundo é mundo, somos reféns do medo. Ele é quem nos sabota. Preferimos nos render a ele por preguiça ou insegurança. E muitas vezes nos tornamos pessoas tristes.
Bjs.

Luciane disse...

É isso aí Tânia.
Obrigada por seu comentário.
Abraços,
Luciane

Luciane disse...

Obrigada Miguel.
Abraço

Bala Salgada disse...

Parabéns, o texto está ótimo.
Caiu como uma luva: é uma opção, escolha nossa estar triste ou não.

Anônimo disse...

Seja como for, a opção é um direito e, se é consciente, está bem para quem optou. quem traça nossos caminhos somos nós mesmos.

leninh@ disse...

Gostei muito do seu texto... ele me fez refletir sobre esse sentimento que a gente não quer sentir, mas nos invade a alma sem nos pedir licença.
Beijos.

 

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