Sensível à indiferença das coisas e pessoas no mundo me perco. Me perco no pensar e no agir. No falar e no ouvir. Brinco com as palavras enquanto elas zombam de mim, e pra quê?
Quem será possível tocar? E qual a pergunta que me devo fazer ao querer alcançar quem me lê? A que respostas minhas suposições vão me levar? E será que alguém irá ouvir o que elas têm a dizer?
Onde esta Você a quem outrora tanto requisitei e me apeguei? Em meu íntimo, sei que é a Ti a quem devo recorrer. A Ti poucos ouviram, seguiram e se espelharam. E os pequenos que o fizeram cada vez mais se apagaram. Se apagaram em meio à ditadura da soberba, da intolerância e indolência. Quase que varridos da face da Terra, estes pequenos não dizem Seu nome aos quatro ventos, como tantos o fazem! Pois só os pequenos para acharem-se grandes em responsabilidade.
Você. Homem de postura impecável e saber imbatível. Tão somente mais um, entre as tantas divindades em nossa cultura. Mais um dentre os grandes ídolos. Mas não apenas um em meio às multidões dos “divinos”, para os pequenos. No íntimo destes é voz ativa, consciência inata, perfeição metafísica.
Quisera eu voltar a ser como eles, os pequenos. Pequenos no curso dos acontecimentos mundanos, mas grandes de coração e bem aventurança. Que o significado do Natal sobreponha o mundano em sua disfarçada importância. Que o significado do Natal me leve a crer de novo na única excelência possível. Que assim seja!
Texto: Luciane Trevisan Leal
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