Que pressão era aquela que desalinhava a forma?
Uma forma perfeita, no mais estrito senso da palavra
Que lentidão era aquela que não permitia a união definitiva dos corpos?
O dar-se as mãos. O agir em dupla no jogo. O pacto eterno.
Que força de hábito poderia ser maior que aquela emanação de vida?
E por que o costume insistia em resistir ao sublime inusitado do amor.
Qual seria a força nefasta e o que ela mascarava?
Seria o medo? Da pura e simples entrega? Da abnegação do ego?
O atraso, a imobilidade diante do tempo, o toque cego e apreensão de qualquer porcaria.
O desperdício das raras sensações, a fuga dos clichés românticos.
Em troca de quê? De uma racionalidade áspera e dispensável?
Tão somente para falar com propriedade: de orgulho e vaidade.
Estes éramos nós, deixados à mercê da pressão das pressões.
Da incapacidade de lidar com a novidade da força daqueles sentimentos.
Estávamos nós realmente relegados do paraíso?
Foi até aonde nos permitimos chegar?
Nos facultamos gastar nosso tempo tentando convencer o outro de algo, mas do quê?
Desperdiçamos nosso dias com mal entendidos, nunca de fato!
E hoje nos encontramos na mais perfeita sintonia: com o comum.
Encontramos a paz derradeira sob a mais rematada derrota.
Podemos dizer que superamos. E olhem para nós!
Belos e bem sucedidos… tristes no mundo e pelo mundo
Fingindo ter atingido a dignidade, longe das intimações do amor.
Realmente acreditando que elas foram nossa ruína.
Texto: Luciane Trevisan Leal
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