Opção por ser Triste


Tristeza, uma escolha.
Se abster do riso, para dar lugar a dor.
Contestar a coragem, e deixar o medo fazer morada
Temer o tempo, para não ter que esperar.
Matar a esperança, para não ter que se deparar com a ausência
Fugir da luta, da perseverança, por medo da mudança.
Render-se ao conhecido. Este já não surpreende.
Permanecer no mesmo lugar, sem sobressaltos ou assombros.
Não sonhar, e não precisar se mexer para realizar.
Deixar os sonhos no caminho, permitindo que a realidade te empurre no abismo.

Pague o preço do marasmo, sobrevivendo das migalhas alheias.
Seja desleal com suas vontades, com sua paixão.
Deixe a beleza rara de ser único para parecer como todos os outros.
E assim apareça como aquele que sofre, que é o incompreendido, a vítima.
Enquanto seu vizinho só pode te servir de consolo, você perde uma grande oportunidade.
De se conhecer a partir do outro, de se redescobrir e reinventar seu lugar.
Deixe que todos tenham pena de você. E você vai conseguir mascarar seu fracasso,
pois você escolheu ser triste.
Tristeza. Não está no que o mundo não te oferece, mas está no que você deixa de ofertar.
É sua opção, sua preferência… e sua ruína.


Texto: Luciane Trevisan Leal

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Ô meu, sifu…deu o que falar!!! A diarreia, a crise e a retórica



De fato, uma personalidade única nosso presidente. Como ninguém, é capaz de pensar e falar sobre a atual crise econômica usando de terminologia didática nunca antes vista na fala de um chefe de Estado. Não entendo por que tantos se escandalizam com sua eloquência! Mais do que a arte da retórica, o Sr. Presidente Luís Inácio Lula da Silva conseguiu sintetizar, em um único discurso, questões que provocam boas dores de cabeça em nós, cidadãos brasileiros.
Vejamos. A crise. Se pensarmos na derrocada da economia mundial, sentimos suas consequências vivas em nosso cotidiano: medo. Saída de investimentos estrangeiros do país, especulação e controle do cambio, logo…dólar nas alturas. Pacote de ajuda financeira aos bancos, de forma a não saírem quebrando em cascata e acabar com o crédito. Redução do consumo americano culminando nos baixos preços das commodities e efeito dominó na economia mundial, inclusive no Brasil. Setor produtivo prejudicado, demanda diminuindo. Menos crédito logo, baixo consumo. Redução no rítmo da economia e logo, desemprego. Ou seja! Ô meu, sifu...
Vejamos. A diarreia. Tendo em vista as condições da saúde pública no Brasil e a situação de instituições como o INSS, nada mais pertinente do que se falar em diarreia. Podemos dizer que este mal estar é metáfora perfeita, fazendo a analogia entre às necessidades básicas do homem e as necessidades básicas do cidadão brasileiro. “Perder uma criança por causa de uma doença vagabunda, transmitida por um mosquito, é o fim da picada. Coisa diferente é se um velhinho morrer porque não deu para atendê-lo direito; ele já estava fazendo hora extra”. Ter como diretor de saúde pública da cidade de Osasco o senhor Nelson Bedin, cuja a frase lhe rendeu a tardia exoneração, só pode mesmo causar diarreia. Mal estar intestinal é ainda o que sinto, ao ver uma amiga PRECISAR receber um benefício em um posto da previdência com a qual por anos contribuiu. Uma conta simples, que ela mesma já tinha calculado, - o que dirá um sistema onde o necessário é aplicar a tecla ENTER -, por razões desconhecidas, não foi feito. Após um mês e três visitas ao posto, ninguém ainda foi capaz de calcular o devido benefício. Fico pensando nos senhores mais idosos, estes que estão fazendo “hora extra”, cujo benefício de anos deve ser calculado. Será possível que hoje, com toda a tecnologia a favor da resolução destes pormenores burocráticos, aqueles que trabalharam uma vida inteira vão conseguir sua aposentadoria em uma hora? Ou será que seus processos serão encontrados atrás de um armário como fora o de meu pai há 15 anos atrás. Diga-se de passagem! Meu pai já está morto há 12 anos e sua aposentadoria nunca foi revisada. Ao menos para os cofres públicos ele não está mais fazendo “hora extra”. O que posso dizer a esse respeito? Ô meu, sifu…
Vejamos. A Retórica. Desta arte se gabavam os sofistas, se valem os intelectuais, artistas, a classe média letrada. Mas a arte da retórica para os milhões de brasileiros de pouca instrução não vale de absolutamente nada. E a sensibilidade de nosso presidente nesse sentido é digna de aplausos. Lula conhece bem o país em que vive. Já fora torneiro mecânico, sindicalista, teve pouca instrução. Podemos julgar sua postura pouco condizente com a de um chefe de Estado, mas certamente temos que tirar o chapéu para suas habilidades comunicativas. Seus discursos repercutem em velocidade recorde nos meios de comunicação de massa, o que faz dele um Estadista do Povo.
Parabéns, senhor presidente, e para os críticos à sua postura o senhor diria... um sifu dos grandes!




Texto: Luciane trevisan Leal
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Ser


No nada existo. E existo por que sou,
mesmo sem saber direito o que isso significa.
Sou o que penso e penso ser também o que não sou.
Falo sobre quem não sou e por que não,
sobre quem serei um dia!
Sinto, penso, me expresso,
sem conhecer a fundo o que acredito compreender.
Mas sei que, até sem a experiência do pleno saber
posso dizer, o que quiser, e ser, o que me der na telha.
Então posso até ser o que não sou
E assim inventar o que passará a existir.
Serei simplesmente eu, serei aquela que acabei de construir.
E o farei apenas pela necessidade de ser o que ainda não se é.


Texto: Luciane Trevisan Leal

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